Direito de Família na Mídia
Gays pedem união civil e combate a preconceito
15/11/2005 Fonte: Agência Câmara em 08/11/2005Líderes do movimento de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT) se reuniram nesta terça-feira com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, para reivindicar a inclusão, na pauta do plenário, de dois projetos de lei que tratam de direitos dessa população: O PL 1151/95, da ex-deputada Marta Suplicy, que institui a união civil entre pessoas do mesmo sexo - matéria que nunca foi votada em plenário; e o PL 5003/01, da deputada Iara Bernardi (PT-SP), que determina sanções às práticas discriminatórias em razão da orientação sexual das pessoas. Aldo se comprometeu a levar o assunto ao Colégio de Líderes.
Os manifestantes também entregaram ao presidente um abaixo-assinado de apoio ao projeto de união civil, com 30 mil assinaturas, colhidas principalmente em São Paulo.
Eles participam do Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas e Trangêneros, que está em sua 12ª edição e acontece pela primeira vez em Brasília. O encontro foi aberto oficialmente nesta terça-feira, com um ato em frente ao Congresso.
Faltam leis
Iara Bernardi participou da reunião e lembrou que os homossexuais têm sido beneficiados pela Justiça e por leis aprovadas nos estados e municípios. "O que se quer agora é o avanço no Congresso, com leis nacionais. A Casa já está madura para avançar nesse tema", afirmou.
O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbiscas e Transgêneros (ABGLT), Marcelo Nascimento, se mostrou confiante com essa possibilidade, pois a agenda do movimento é defendida pelo partido de Aldo Rebelo (PCdoB) e por outras agremiações, assim como pela sociedade civil, "que pede justiça contra a violência ao GLTB".
"Beijaço"
À tarde, os líderes do movimento GLBT se reuniram em frente ao Congresso Nacional e promovem um "beijaço", em protesto contra a não-exibição do beijo entre dois homossexuais no último capítulo da novela América, da Rede Globo. Segundo a Polícia Militar, cerca de 200 manifestantes participaram do ato público, que faz parte da abertura do 12º encontro nacional.
O encontro nacional também pretende pressionar o governo a executar o Programa Brasil sem Homofobia. O programa foi lançado em maio do ano passado, mas, segundo as lideranças do movimento, não foi integralmente aplicado.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que participou dos protestos, afirmou que o Congresso tem uma "dívida" com a população homossexual. "O Congresso nunca votou matéria relacionada a essa população. É como se ela não existisse", afirmou.